terça-feira, 15 de novembro de 2011

mulher de malandro

Nem tudo é tão ruim quanto parece. Ao menos temos nossa história. Não digo Balzac, nem Machado, mas um folhetim. Vendido nas bancas, a preço de banana. Ainda assim você me comprou. É desconexo, vulgar, contínuo... Acredito em envolvimento sem romance e romance em envolvimento. Nada disso fala sobre a gente. O que fala então? Períodos áridos que terminam em tardes de tormenta? Sem metáforas.

(October 26, 2011)

seu garoto

“eu achei que deveria te responder...” foi o que ela disse. “algumas partes de mim sempre vão estar com você.” por isso é tão difícil para ele se encontrar.

e quando conversaram em noites nubladas alguns meses atrás, ela disse que sempre se preocuparia, mas precisava deixá-lo ir.

desculpa. ele tá tentando mudar seu passado. pode me dar um minuto? como ele perdeu o seu tempo, sempre dando um jeito de te colocar nele.

mesmo as vezes sendo difícil, ela parecia conhecer as palavras e as linhas daquela música que deixava o seu coração tão dolorido. talvez eu devesse escrever mais uma.

ela corria dos momentos onde a verdade precisava ser dita, indo para os braços dos outros corações vazios, o deixando como um tolo.

“uma fraude do amor é tudo que ela foi.” para ela fica um vazio, uma pessoa que parece ser oca.

desculpa. ele tá tentando mudar seu passado. pode me dar um minuto? como ele perdi o seu tempo, sempre dando um jeito de te colocar nele.

eu achei que deveria te responder, então escute as palavras que digo: ele sabe que sempre irá se preocupar quando ela o deixa facilmente se perder.

ps: seu garoto.

(October 10, 2011)

seven shades of blue

“sozinho.”

...de repente, todo o peso do mundo estava em suas costas e o perdão não parecia ser uma alternativa. decisão tomada. cabeça erguida. sem volta. sem olhar para trás. acabou o amor. acabou o amor.

ele, que anseia, ainda sente sua presença no lado esquerdo da cama.

ele, que teme, tenta fazer de tudo para esquecer que um dia existiu alguém ao seu lado direito.

“porque amar é mais importante até que ser amado, amar faz com que a gente tente ser melhor para conquistar o outro e acaba conquistando o mundo.” e ele, que anseia, estava disposto a mostrar a ele, que teme, sua vontade de conquistar o mundo. sua vontade de (re)conquistá-lo.

ele, que teme, resiste. e resiste. resiste como um filho que não conseguiu ganhar dos pais aquele brinquedo tosco que queria na ida ao shopping.

se tudo sempre foi uma batalha, por que desta vez seria diferente? mas ele, que anseia, se prepara para lutar o que seria sua última batalha. all the bets are off. tudo ou nada. mais do mesmo. mesma arma, mesmo exército: seu amor. parece pouco, não? o amor do tamanho do universo. o amor só que ele, que teme, conhecia.

“let the games begin.”

e assim foi dada a largada para mais uma história que ainda não tem o seu fim. um fim que pode ser um novo começo. já ele, que anseia, luta e espera por apenas uma chance dele, que teme.

“...”

ele, que teme, depois de pensar um pouco, viu que não havia mais motivo e nem razão e poderia perdoá-lo. um sonho. uma realidade...

...tempo.


(September 9, 2011)